segunda-feira, 27 de setembro de 2010

VISÃO DE FUTURO

“Portugal precisa de ideias com visão de futuro”.
Palavras de Cavaco Silva ontem.
Não é preciso ser Presidente da República para pensar e dizer semelhante banalidade. Qualquer português sabe que essa é uma das coisas que precisamos.
Faz lembrar aquela historieta de uma fábrica de parafusos, em que o engenheiro chefe teve a ideia de fabricar um novo tipo de parafuso, de melhor rosca e maior resistência.
Chamou o encarregado geral e propôs-lhe a ideia.
O encarregado perguntou-lhe:
-Mas como é que isso se faz?
O engenheiro respondeu:
-Esse é o seu problema.
Resultado:
-Não se fez parafuso nenhum.
Portugal sofre de problema parecido: há muita gente bem colocada a ditar sentenças, a propor metas, a anunciar novas coisas, mas na maioria dos casos quem dita, propõe ou anuncia não sabe como se faz aquilo que diz.
E quando acontece saber, depara-se em muitos casos com a resistência de pequenos poderes instalados, para quem algumas mudanças são piores que lepra.
Dom Manuel II, quando ainda pensava que era Rei de alguma coisa, sem ter em conta que o poder já há muito estava minado pela infiltração das correntes liberais, também clamava pela modernização de Portugal, pela visão de futuro.
Quer dizer:
O problema não é de agora.
A Dom Manuel teria dado muito jeito um “engenheiro” entendido na matéria, e que não sofresse de “obediências”.
Tal como também daria actualmente a Cavaco.
Parece que a questão central está em como se ensina, mas sobretudo como se aprende a “engenharia”.
HDP

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