segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A ILUSÃO DOS ENGANOS

No passado dia 14 de Outubro vinha um artigo do Professor Luciano Amaral no jornal “Metro” que falava sobre as comemorações da República.
Em traços gerais constatava a indiferença com que a maioria dos portugueses encarou a data, até porque a República atravessa actualmente uma das piores crises, senão mesmo a sua maior crise de sempre.

E a dado passo diz assim:

“Ainda bem. Seria um erro fundar a corrente democracia num regime que de democrático apenas teve o nome que se atribuiu a si próprio. Tirando a substituição do rei pelo Presidente (nem sequer eleito directamente pelo povo), a República não só não mudou os códigos de legitimidade política da monarquia constitucional (constitucionalismo, princípio eleitoral, representação parlamentar) como os restringiu, ao reduzir o corpo eleitoral (nunca introduzindo o sufrágio universal) e ao proibir explicitamente, pela primeira vez na história do País, o voto feminino. Tendo sido, além disso, o domínio de um só partido, perpetuado pela fraude eleitoral”.

E logo a seguir:

“Se a democracia quer encontrar uma fundação histórica…deveria ver a monarquia constitucional como o momento-chave, estabelecendo o feriado a 24 de Julho (o dia de 1833 em que o Duque da Terceira entrou em Lisboa…”.

O que há a retirar disto, de resto consonante com inúmeras descrições históricas do que foi o 5 de Outubro (ou o regime que se lhe seguiu) e sobretudo a influência do Partido Republicano, é que Portugal continua enganado, confundindo República com Democracia.
Como é sabido existem hoje muitas Monarquias Democráticas.
Não é que se defendam ou discutam mudanças de regime.
Mas pelo menos não distorcer a informação popular já não seria mau.
HDP

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